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Adiante passarei para o estudo do Verso em si. Alguns
possuem nomes específicos na Ciência Poética. São eles:
Verso Manco - Também conhecido como Verso de Pé-Quebrado, é aquele que mostra diferente métrica numa estrofe com versos regulares, ou diferente Ritmo Poético na estrofe de qualquer poema, Regular ou Irregular. Exemplos:
QUAN/ do/ VIM/ pa/ RA-ES/ta/ TER/ ra - 1-3-5-7
EU/ che/ GUEI/ só/ SEN/do-um/ VER/ so - 1-3-5-7
VI/ tam/ BÉM/ que/ no/ ER/ ro-al/ guém/ BER/ ra - 1-3-6-9
E/ en/ TÃO/ eu/ DES/ con/ VER/ so - 1-3-5-7
Nessa estrofe regular, o terceiro verso difere dos demais em métrica e ritmo, logo, é Manco.
Chamo a atenção para um tipo de Verso Manco Proposital, que é aquele usado pelo poeta com a finalidade de chamar a atenção do leitor para determinado texto dentro do contexto, como fez Geraldo Vandré com a métrica da música, Disparada:
Pre/ pa/ re-o/ seu/ co/ ra/ ção - 7
Pras/ coi/ sas/ que-eu/ vou/ con/ tar - 7
Eu/ ve/ nho/ lá/ do/ ser/ tão - 7
E/ pos/ so/ não/ lhe-a/ gra/ dar - 7
A/ pren/ di/ a/ di/ zer/ não - 7
Ver/ a/ mor/ te/ sem/ cho/ rar - 7
E-a/ mor/ te-o/ des/ ti/ no,/ tu/ do - 7
Es/ ta/ va/ fo/ ra/ de/ lu/ gar - 8
Eu/ vi/ vo/ pra/ con/ ser/ tar - 7
Todos os versos da música apresentam 7 sílabas, com exceção desse oitavo, que apresenta 8. Basta prestar atenção no texto dos versos anterior e posterior ao Manco:
Tudo "estava fora de lugar", incluindo o verso reclamante, e o poeta "Vive pra consertar", inclusive a métrica falha, logo em seguida. Isso acontece muito nos poemas da MPB, onde o poeta abre mão da regularidade do poema para dar um recado subliminar de reforço no texto. Antes de sair bradando que tal poeta "Mancou" tal verso, convém observar o texto dos demais versos que o cercam.
Verso Anacíclico, Palíndromo ou Sotádico.
Conhecido originalmente por esses três nomes, tal verso permite que a leitura dos caracteres alfabéticos ocorra da esquerda para a direita ou vice-versa.
O mito até o poeta ótimo
Anima amada dama à mina
Verso Corrente - Normalmente ocorre em estrofes, para que o efeito de inversão do sentido de texto seja notado. Escreve-se uma sequência de versos, que tenham textos autônomos, de modo a poder-se dispô-los em ordens múltiplas e obter-se significados outros por novas estrofes. A ordem mais usada é a da leitura de cima pra baixo seguida por outra em ordem inversa. Assim:
Somente chorando
Ao sonhar com você
O mundo me viu
Acordar cantando
Verso Ropálico - Composto por vocábulos em ordem crescente ou
decrescente de sílabas. Por exemplo, se um Ropálico tiver dez sílabas,
obrigatoriamente terá de ser composto por vocábulos com uma, duas, três e
quatro sílabas ordenadamente, ou pelo inverso:
O Bra-sil so-men-te re-tor-na-rá (1-2-3-4)
Fu-tu-ra-men-te - 5
Fu-tu-ra-men-te - 5
To-tal-men-te vol-ta-do pa-ra cá (4-3-2-1)
Verso Iambo - Em homenagem aos Pés Iambos (Jambos), a poesia satírica francesa
criou tal verso, que consiste em combinar versos Jâmbicos de 12 sílabas (6 pés), com outros de
8 sílabas (4 pés) em estrofes quadras, sextilhas ou oitavas:
Vo/tei/ mais/ de-u/ma/ vez/ a/té/ per/der/ a/ fé - 2-4-6-8-10-12
Na/ ur/na/ fal/sa/ da/ ra/zão - 2-4-6-8
Que/ vo/ta/ em/ qual/quer/ ma/né - 2-4-6-8
A/pe/nas/ pra/ sa/ir/ em/ ma/ni/fes/ta/ção - 2-4-6-8-10-12
Com o passar dos anos, a lógica relação entre a Métrica e o
Ritmo, vistos no Classicismo, acabou fornecendo uma evolutiva escala padrão dos
versos, que passaram a ter nomes próprios.
À primeira vista, tais nomes mereceriam pouco destaque, já
que o estudo até agora permitiria uma boa análise poética das composições.
Ocorre que na MPB, a exemplo do que já mostrei nos versos Manco e Branco,
também o fez com os seus nomes próprios para embutir alguns "recadinhos subliminares". São eles:
Verso Monossílabo e Verso Dissílabo - Possuindo respectivas uma (mono) e duas (di) sílabas, são usados com pouca freqüência, pois visam, na maioria das vezes,
apenas a obter efeitos sonoros, quando combinados com versos longos. Exemplos:
Sou - 1
Escravo desta versificação
Que trata do poeta-em transição
Com seus versos a bailar...
Então - 2
Eu volto a postar na internet
Depois de afanarem meu confete
Ao meu Sapiens encerrar...
Verso Trissílabo - Contendo três sílabas (tri), combina bem com os versos de 7 e/ou 10 sílabas:
Eu/ nem/ sei - 3
Se/ pi/sei/ só/ nos/ ca/los/ de/ fu/la/no - 10
Ou/ nos/ ca/los/ tam/bém/ dos/ seus/ "her/ma/nos" - 10
An/ces/trais/ dou/tra/ na/ção... - 7
Verso Tetrassílabo - Conhecido pelo nome Quebrado de Redondilha
Maior, possui quatro sílabas (tetra) e combina com os versos de sete sílabas:
A/ ba/ca/tei/ro - 4
Para entender bem o que um poema de letra de música contém no texto, é sempre bom prestar atenção no que os instrumentos musicais que o acompanham podem estar "sugerindo" na forma subliminar.
Nessa execução da música, Refazenda, Gilberto Gil, há um trabalho simultâneo da flauta, emitindo os mesmos acordes toda vez em que é cantado o seguinte trecho:
Refazendo tudo
Refazenda
Refazenda toda
Guariroba...
E os acordes tocados se referem a uma outra música, de Rita Lee, num trecho que diz:
"Nada melhor do que não fazer nada"
Numa jogada semelhante à usada pelo Vandré lá na Disparada, colocada no princípio da postagem, quando tratei do Verso Manco.
Verso Pentassílabo - Mais conhecido por Redondilha Menor, possui cinco sílabas (hepta) e combina com versos de oito:
Nessa execução da música, Refazenda, Gilberto Gil, há um trabalho simultâneo da flauta, emitindo os mesmos acordes toda vez em que é cantado o seguinte trecho:
Refazendo tudo
Refazenda
Refazenda toda
Guariroba...
E os acordes tocados se referem a uma outra música, de Rita Lee, num trecho que diz:
"Nada melhor do que não fazer nada"
Numa jogada semelhante à usada pelo Vandré lá na Disparada, colocada no princípio da postagem, quando tratei do Verso Manco.
Verso Pentassílabo - Mais conhecido por Redondilha Menor, possui cinco sílabas (hepta) e combina com versos de oito:
E/ diga pro mundo - 2-5
Que-o Sapiens agora voltou - 2-5-8
Verso Hexassílabo - Conhecido pelo nome de Heroico Quebrado, possui seis sílabas (hexa) e combina com Decassílabos Heroicos (10 sílabas com acento na sexta) e é
muito usado pelos poetas que busquem a um duplo sentido de texto:
Você se mostra-herói - 6
Mas nos corrói por trás c´os ancestrais - 6-10
Verso Heptassílabo - Conhecido por Redondilha Maior, possui sete sílabas (hepta) e é considerado o verso
mais popular:
Sete sílabas que dançam -1-3-5-7
No poeta popular -1-3-5-7
Verso Octossílabo - Possui oito sílabas (octo), e quando tem acentuação na quarta sílaba é
chamado de Sáfico Quebrado. Se possuir cadência nas sílabas 2-5-8 receberá o
nome de Quebrado de Arte Maior:
Mas eu voltei com esta-escola - 4-8 (Sáfico Quebrado)
Sabendo da minha missão - 2-5-8 (Quebrado de Arte Maior)
Verso Eneassílabo - Possui nove sílabas (enea), e quando acentuado nas sílabas 3-6-9 recebe o
nome de Gregoriano Anapéstico (3 pés Anapestos), muito usado nos hinos:
Sal/ve/ lin/do/ pen/dão/ da-es/pe/ran/ça - 3-6-9
Sal/ve/ sím/bo/lo-au/gus/to/ da/ paz - 3-6-9
nota: Quando Olavo Bilac escreveu a letra do Hino à Bandeira, o fez da forma que registrei acima, e assim era cantado antigamente, todavia, sabe-se lá em que época, algum infeliz começou a cantar o segundo verso desta forma:
"Salve símbolô augusto da paz" - 3-5-7-9; a coisa pegou e à partir de então "emprestamos" um verso manco para o poema do Bilac.
Verso Decassílabo - Possui dez sílabas (deca) e apresenta 4 cadências fundamentais:
a) Decassílabo Heroico - Com forte acentuação interna na sexta sílaba, é o tipo de verso obrigatório nas regras de construção dos sonetos:
E/ se-ao/ lu/ar/ que-a/tu/a/ des/vai/ra/do - 6-10
Vem/-se-u/nir/ u/ma/ mú/si/ca/ qual/quer - 6-10
b) Decassílabo Sáfico - Cadência interna forte nas sílabas 4 e 8:
Minha emoção tem a medida certa - 4-8-10
Numa deserta-educação aflita... - 4-8-10
Numa deserta-educação aflita... - 4-8-10
c) Decassílabo Gaita Galega - Acentuação interna forte nas sílabas 3 ou
4 e 7:
Que/ só/ co/gi/ta/ e/ se/ des/con/cer/ta - 4-7-10
A/ber/ta-à-a/ção/ que/ a/ ri/ma/ lhe/ di/ta... - 4-7-10
d) Decassílabo Arte Maior - Embora tal nome, Arte Maior, sirva também para
caracterizar os versos que tenham mais de 7 sílabas, já que os com medida inferior são conhecidos como Arte Menor, tais decassílabos devem possuir
cadência interna 2-5-8.
Existem dúvidas quanto à permissão de cadenciá-lo
opcionalmente na sétima sílaba, ao invés da oitava. Algumas correntes poéticas
aceitaram tal opção, visto que o equilíbrio métrico não seria quebrado, pois
teríamos nos pés as sequências: jambo-anapesto-anapesto-jambo; ou,
jambo-anapesto-jambo-anapesto.
Correntes mais tradicionalistas, responsáveis pela
reabilitação desses decassílabos, na época em desuso há muito, não admitiam tal
alteração na cadência interna, dizendo que a reabilitação da mesma só fora
possível pela força que os Hendecassílabos, a serem vistos a seguir, lhes
forneciam, e estavam na moda da época.
Deixando de lado essa porfia entre Simbolistas e Modernistas, vamos ao exemplo:
Da/ flor/ mais/ bo/ni/ta-à/ fu/gaz/ bi/so/nha - 2-5-8-10
Da/ tal/ sem/ ver/go/nha-à/ mais/ be/la-or/quí/dea... - 2-5-8-10
Deixando de lado essa porfia entre Simbolistas e Modernistas, vamos ao exemplo:
Da/ flor/ mais/ bo/ni/ta-à/ fu/gaz/ bi/so/nha - 2-5-8-10
Da/ tal/ sem/ ver/go/nha-à/ mais/ be/la-or/quí/dea... - 2-5-8-10
Verso Hendecassílabo - Possui onze sílabas (hendeca) e quatro cadências principais:
a) Hendecassílabo Arte Maior - Cadência interna 2-5-8:
Que/ só/ se-em/be/le/za-e/ me-es/pe/ra/ tão/ lin/da - 2-5-8-11
A/in/da/ que/ fu/ja-e/ de/pois/ me-es/que/ça - 2-5-8-11
b) Hendecassílabo Guerra Junqueiro - defendeu a obrigatoriedade de cadência
interna somente na quinta sílaba. As demais tonicidades, a gosto do poeta.
Tal/ qual/ cer/to/ Guer/ra,/ Jun/quei/ro-e/ fol/ga/do - 5-11
Cra/va/do/ na/ quin/ta/ do/ me/io/ do/ ver/so... - 5-11
Tal/ qual/ cer/to/ Guer/ra,/ Jun/quei/ro-e/ fol/ga/do - 5-11
Cra/va/do/ na/ quin/ta/ do/ me/io/ do/ ver/so... - 5-11
c) Hendecassílabo Hermes Fontes - tentou novas cadências internas e teve
êxito com a 3-7:
No entanto-aqui brotaram novas Fontes - 3-7-11
Noutras pontes de um Hermes brasileiro... - 3-7-11
d) Hedecassílabo O Que Será? -Esta quarta cadência é especial, pois nunca a tinha visto antes. Analisando a uma das composições do Chico Buarque, e acostumado a não vê-lo fugir das cadências padrão, me surpreendi com uma cadência diferente e repetitiva em vários versos, foi quando, pensando alto, me perguntei: - O que será isso?
No entanto-aqui brotaram novas Fontes - 3-7-11
Noutras pontes de um Hermes brasileiro... - 3-7-11
d) Hedecassílabo O Que Será? -Esta quarta cadência é especial, pois nunca a tinha visto antes. Analisando a uma das composições do Chico Buarque, e acostumado a não vê-lo fugir das cadências padrão, me surpreendi com uma cadência diferente e repetitiva em vários versos, foi quando, pensando alto, me perguntei: - O que será isso?
Acabara de pronunciar o nome da composição que analisava: O
Que Será, com cadência interna 2-6-8 ou 9 em alguns versos:
Que/ an/dam/ sus/pi/ran/do/ pe/las/ al/co/vas - 2-6-8-11
Que/ an/dam/ sus/sur/ran/do-em/ ver/sos/ e/ tro/vas - 2-6-8-11
Que/ an/dam/ com/bi/nan/do/ no/ breu/ das/ to/cas - 2-6-9-11
Que/ gri/tam/ nos/ mer/ca/dos/ que/ com/ cer/te/za - 2-6-9-11
Que/ gri/tam/ nos/ mer/ca/dos/ que/ com/ cer/te/za - 2-6-9-11
O verso longo pode ser separado em duas metades, que recebem o nome de Hemistíquios. Ao ponto de separação dessas duas partes dá-se o nome de Cesura. Tais conceitos são necessários para o estudo dos versos seguintes.
Verso Dodecassílabo - Em suas doze sílabas (dodeca), esse verso pode apresentar três
cadências mais conhecidas:
a) Verso Alexandrino Clássico - De grande tendência anapéstica (pé Anapesto),
quando Agudo (terminado em oxítona), devido à fortíssima cadência 3-6-9-12, o que lhe dá também o nome
de Tetrâmetro (4 metros), tal verso exige a cesura imediata após a sexta
sílaba, posicionada preferencialmente em vocábulo oxítono.
Caso esteja situada num vocábulo paroxítono, exige-se que termine em vogal, seguida por outra sílaba átona, também começada por vogal ou h. Este Alexandrino não admite cesura em vocábulo proparoxítono.
Caso esteja situada num vocábulo paroxítono, exige-se que termine em vogal, seguida por outra sílaba átona, também começada por vogal ou h. Este Alexandrino não admite cesura em vocábulo proparoxítono.
Se havendo-o que-houver // não souber explicar - cesura padrão
O meu verso me sal // va-apesar dos pesares - cesura paroxt.+vogal
Pois eu sinto que ne // le-haverá um lugar - cesura paroxítona + h
No oculto habitat // entre-os bares ou lares - cesura padrão
Apesar da difícil construção, o Alexandrino Clássico é um verso muito bonito e jamais deve ser manchado com tentativas amadoras, que queiram a todo custo tornarem-se oficiais. A Poesia Portuguesa não merece que o afrontemos com "achismos".
Se for para trabalhar com um garboso Alexandrino, sugiro que comece pelo tipo a seguir.
O meu verso me sal // va-apesar dos pesares - cesura paroxt.+vogal
Pois eu sinto que ne // le-haverá um lugar - cesura paroxítona + h
No oculto habitat // entre-os bares ou lares - cesura padrão
Apesar da difícil construção, o Alexandrino Clássico é um verso muito bonito e jamais deve ser manchado com tentativas amadoras, que queiram a todo custo tornarem-se oficiais. A Poesia Portuguesa não merece que o afrontemos com "achismos".
Se for para trabalhar com um garboso Alexandrino, sugiro que comece pelo tipo a seguir.
b) Verso Alexandrino Romântico - Apresenta cadência 4-8-12,
conhecido também pelo nome de Trímetros (3 Metros), tais Alexandrinos, menos rígidos ou mais tolerantes, são os
preferidos dos poetas da MPB:
Não/ sei/ por/ qual/ ra/zão/ eu/ fi/co/ tão/ ro/mân/ti/co -4-8-12
Quan/do-o/ seu/ cân/ti/co/ me/ tor/na/ só/ dal/tô/ni/co? -4-8-12
Quan/do-o/ seu/ cân/ti/co/ me/ tor/na/ só/ dal/tô/ni/co? -4-8-12
Dos poetas brasileiros, Olavo Bilac foi quem ganhou maior fama com esse verso. Embora o seu próprio nome seja um Alexandrino Romântico, a pausa que o nome Martins exige, pela força da tonicidade é quase uma Cesura:
O/la/vo/ Brás/ Mar/tins // dos/ Gui/ma/rães/ Bi/lac - 4-8-12
c) Verso Alexandrino Vitor Hugo - Embora nesses versos as cadências preferidas
pelos nossos poetas sejam essas duas primeiras, Vitor Hugo desenvolveu uma outra, 2-6-8-12, utilizada algumas
vezes por aqui:
Po/rém,/ não/ há/ vi/são/ sa/di/a/ sem/ a/ flor - 2-6-8-12
Da/ dor/ na/ in/ver/são/ do-a/ mor/ em/ ru/bro-ou/ ver/de - 2-6-8-12
Po/rém,/ não/ há/ vi/são/ sa/di/a/ sem/ a/ flor - 2-6-8-12
Da/ dor/ na/ in/ver/são/ do-a/ mor/ em/ ru/bro-ou/ ver/de - 2-6-8-12
Verso Tridecassílabo - Também conhecido pelo nome, Alexandrino Espanhol, possui treze sílabas (trideca) e trata-se de
uma versão espanhola do original Alexandrino Francês (clássico), só que apresentando a obrigatoriedade única de cadência interna na sexta ou sétima sílaba. Dos nossos poetas,
Castro Alves foi o que mais o utilizou:
Por/ ma/ior/ que/ se/ja-a/ fol/ga/ do/ po/e/ta-ur/gen/te - 7-13
A/ ca/dên/cia/ do/ ver/so/ sol/ta/ no/ tem/po-e/ vol/ta - 6-13
Por/ ma/ior/ que/ se/ja-a/ fol/ga/ do/ po/e/ta-ur/gen/te - 7-13
A/ ca/dên/cia/ do/ ver/so/ sol/ta/ no/ tem/po-e/ vol/ta - 6-13
Verso Bárbaro - Possui catorze sílabas e representa o limite entre a Poesia e a Prosa. A grosso modo, é a soma de dois Redondilhas
Maiores, como Hemistíquios, mas ao contrário do Alexandrino Clássico,
não exige regra quanto à cesura:
O/ ra/paz/ fi/cou/ com/ pe/na/ do/ se/nhor/ do-ar/ma/zém - 7-14
Que/ que/ri/a-um/ ca/va/lhei/ro/ pa/ra-o/ seu/ pró/prio/ bem - 7-14
Os versos Bárbaros, desenvolvidos e oficializados pela poesia italiana, foram através dos anos se fortalecendo nos meios intelectuais, gerando discordâncias na Poesia Latina e abrindo as portas para a Versificação Irregular, já tentada desde o Trovadorismo, na época com o nome de Versificação Acentual Trovadoresca, que valorizava muito mais o Ritmo Poético do que a Métrica nos versos.
Após o Parnasianismo, o limite das catorze sílabas poéticas, que separavam a Poesia da Prosa, também começou a ser desconsiderado, prevalecendo somente o Ritmo Poético equilibrado, ainda que em longos versos, como estes de Geraldo Vandré e Fernando Lona, vitoriosos no Festival da Canção Popular em 1965: Porta-Estandarte.
Olha que a vida tão linda se perde em tristezas assim - 16
Desce o teu rancho cantando essa tua esperança sem fim - 16
Deixa que a tua certeza se faça do povo a canção - 16
Pra que teu povo cantando teu canto ele não seja em vão - 16
Que/ que/ri/a-um/ ca/va/lhei/ro/ pa/ra-o/ seu/ pró/prio/ bem - 7-14
Os versos Bárbaros, desenvolvidos e oficializados pela poesia italiana, foram através dos anos se fortalecendo nos meios intelectuais, gerando discordâncias na Poesia Latina e abrindo as portas para a Versificação Irregular, já tentada desde o Trovadorismo, na época com o nome de Versificação Acentual Trovadoresca, que valorizava muito mais o Ritmo Poético do que a Métrica nos versos.
Após o Parnasianismo, o limite das catorze sílabas poéticas, que separavam a Poesia da Prosa, também começou a ser desconsiderado, prevalecendo somente o Ritmo Poético equilibrado, ainda que em longos versos, como estes de Geraldo Vandré e Fernando Lona, vitoriosos no Festival da Canção Popular em 1965: Porta-Estandarte.
Olha que a vida tão linda se perde em tristezas assim - 16
Desce o teu rancho cantando essa tua esperança sem fim - 16
Deixa que a tua certeza se faça do povo a canção - 16
Pra que teu povo cantando teu canto ele não seja em vão - 16
Eu vou levando a minha vida enfim...
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